A importância dos cuidados neonatais na terapia intensiva

Publicada 26/11/2018

Todo bebê ao nascer necessita de atenção especial. No entanto, aqueles que vêm ao mundo prematuramente ou apresentam alguma doença congênita precisam de cuidados neonatais específicos, muitas vezes em uma Unidade de Terapia Intensiva. Nesse ambiente, eles são monitorados permanentemente até que adquiram maturidade suficiente para deixar o hospital.

No entanto, mesmo com todo o empenho da equipe médica, a taxa de mortalidade em uma UTI Neonatal (UTIN) é elevada, assim como o risco de sequelas que comprometem o desenvolvimento da criança. Atender nesses centros é, portanto, uma tarefa desafiadora que apresenta diversas particularidades.

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A importância dos cuidados neonatais
As principais causas de mortes neonatais precoces (até os 6 dias de vida) são a prematuridade, a malformação congênita, a asfixia intraparto e as infecções perinatais. Uma porção elevada desses óbitos poderia ser prevenida por meio do acompanhamento adequado antes, durante e depois do parto.

O período neonatal é um momento de grande fragilidade. O guia “Atenção à Saúde do Recém-Nascido” do Ministério da Saúde destaca que 25% das mortes infantis em nosso país se concentram no primeiro dia de vida. Assim, as ações direcionadas às gestantes e ao bebê que acabou de nascer são fundamentais para alterar esse panorama.

O fator de risco mais determinante para a mortalidade infantil é o baixo peso ao nascer. Embora seja comum em prematuros, a condição também pode estar presente nos bebês nascidos a termo. Em muitos casos, a criança com menos de 2.500 g no nascimento necessita de cuidados hospitalares.

No entanto, engana-se quem pensa que assistir um recém-nascido em dificuldade traz apenas efeitos imediatos. As experiências que um neonato atravessa geram impactos até a vida adulta. Uma prova disso é a correlação entre as condições perinatais de saúde e os problemas crônico-degenerativos na fase adulta.

Assim, prestar um atendimento adequado ao recém-nascido é de fundamental importância sob dois aspectos: contribuir para a redução da mortalidade infantil e promover a qualidade de vida no futuro. Dessa forma, mais do que assegurar a sobrevivência, é preciso dar às crianças condições que permitam a progressão do desenvolvimento.

A humanização no tratamento dos pequenos pacientes
Ao ser internado em uma UTIN, o bebê passa de um ambiente estável e acolhedor para uma exposição intensa a estímulos de dor, luzes e sons. O tratamento especializado e necessário, muitas vezes, desafia tanto a criança quanto seus pais.

Para tornar o processo menos difícil, humanizar o atendimento é crucial. No entanto, tal cuidado não pode ser visto como uma gentileza. A Portaria nº 930 do Ministério da Saúde inclui a atenção humanizada como uma das diretrizes para a assistência ao recém-nascido grave ou potencialmente grave.

Isso quer dizer que é preciso aliar a tecnologia e a inovação ao acolhimento e respeito à família que está passando por uma situação extremamente delicada. O medo dos pais é compreensível e deve ser tratado com empatia.

O recém-nascido, por sua vez, ao encontrar um ambiente hostil, responde exageradamente aos estímulos até chegar à exaustão. Com isso, há um gasto energético desnecessário que afeta negativamente o desenvolvimento e a recuperação do bebê.

Portanto, o atendimento ao recém-nascido internado deve ser feito de forma a minimizar o estresse, observando alguns requisitos:

  • controle de ruídos e iluminação;
  • climatização adequada;
  • inclusão dos familiares nos cuidados com a criança;
  • garantia de informações sobre a evolução do quadro do paciente.

O Método Canguru, um modelo que favorece a participação da família e prioriza o contato pele a pele, merece destaque. Esse sistema permite acolher a mãe e o filho no mesmo ambiente durante 24 horas por dia até o momento da alta hospitalar.

As necessidades e competências para atuar nessa área
Assistir integralmente um neonato de alto risco requer que os profissionais que atuam na UTIN estejam plenamente preparados para atender às necessidades do bebê que está em desenvolvimento. Isso inclui ter profundo conhecimento das características do recém-nascido, das medidas para alívio e manejo da dor e das intervenções comuns ao ambiente.

O médico que deseja atuar como responsável técnico ou diarista em uma UTIN deve apresentar título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia. Essa qualificação é importante devido à complexidade dos tratamentos, uma vez que é preciso lidar com corpos que estão ainda em desenvolvimento.

No entanto, nesse ramo da Medicina, não é apenas a qualificação técnica que conta. Atuar em uma unidade de cuidados neonatais intensivos também exige muito do lado emocional do profissional, que lida não apena com o paciente que está internado, mas com toda a sua família.

Portanto, antes de optar por uma carreira como médico intensivista em uma UTIN, é preciso pesar bem todos os fatores envolvidos e adquirir o máximo de capacitação possível antes de assumir o desafio.

As especializações como oportunidade de crescimento
Um estudo realizado no Rio de Janeiro revelou que os médicos que trabalham em UTINs têm uma formação deficiente na especialidade e baixo índice de satisfação com o seu desempenho profissional. Como o trabalho é um componente importante da felicidade humana, é de se imaginar que a qualidade de vida desses médicos esteja prejudicada.

Para construir a reserva de conhecimento, duas ferramentas são muito importantes: as experiências vividas e a educação continuada. Atualmente, fazer uma pós-graduação não é apenas um diferencial para a carreira, mas sim um pré-requisito para quem quer alcançar seus objetivos profissionais.

Os cursos de especialização trazem diversos benefícios, incluindo:

  • enriquecimento do currículo;
  • capacitação para atuar em campos específicos;
  • possibilidade de seguir em uma nova área;
  • ampliação do networking.

Tudo isso contribui para que o médico alcance uma colocação profissional melhor e exerça suas atividades com mais segurança. Como consequência, ele progride na carreira e se sente mais realizado com a ocupação, o que impactará também a sua satisfação pessoal.

Pronto! Agora você já conhece as peculiaridades dos cuidados neonatais e a importância de se especializar em uma área tão delicada da Medicina. Humanizar o atendimento não apenas ao recém-nascido mas também à família é uma forma de minimizar o sofrimento e contribuir para o desenvolvimento da criança, o que refletirá até mesmo em sua vida adulta.

Você gostou de se aprofundar nessa oportunidade de carreira? Então não perca tempo e compartilhe este conteúdo com seus amigos nas suas redes sociais!




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