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- Entenda o que é Governança Cooperativa
A governança é um tema essencial para a gestão em de instituições de saúde públicas e privados. Ela permite um melhor uso dos recursos, maior entrega de valor para o paciente e o consequente crescimento saudável da instituição.
Dada a importância do tema, os gestores buscam implantar políticas de governança, no entanto, no caso de cooperativas alguns princípios podem ser adaptados para se adequarem melhor às particularidades do cooperativismo.
Pensando nisso, preparamos este post com algumas reflexões sobre governança corporativa e cooperativa, em especial em instituições de saúde. Para começar, vamos ver o que é governança.
O que é governança corporativa?
De acordo com o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, do IBGC-Instituto Brasileiro de Governança Corporativa:
“Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização. Isso é feito através da definição e clareza dos regimentos internos, fluxos decisórios, código de conduta e papéis de toda a empresa”.
Através da definição de regras, condutas e procedimentos claros que devem ser seguidos, há uma profissionalização da gestão, uma vez que as decisões serão tomadas com base em diretrizes sólidas, o que aumenta as chances de acertos.
Para tal, a governança é baseada em alguns princípios como equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
A governança corporativa em cooperativas
Devido as especificidades das cooperativas, o IBGC traz também a chamada Governança Cooperativa, que é definida como:
“Conjunto de mecanismos e controles, internos e externos, que permite aos cooperados definir e assegurar a execução dos objetivos da cooperativa, garantindo sua continuidade e os princípios cooperativistas.”
Ela é baseada nos seguintes critérios:
• Representatividade;
• Participação;
• Direção Estratégica;
• Gestão Executiva; e
• Fiscalização e controle (interno e externo).
O objetivo de um olhar diferenciado para as cooperativas é garantir que, ao passar a incorporar os princípios da governança corporativa, os princípios do cooperativismo também sejam respeitados e norteiem o horizonte decisório.
Além do guia do IBGC, há também o Manual de Boas Práticas de Governança Cooperativa lançado em 2016 pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) que também busca trazer uma maior profissionalização das cooperativas do país. Nele, a Governança Cooperativa é definida como:
“um modelo de direção estratégica, fundamentado nos valores e princípios cooperativistas, que estabelece práticas éticas visando garantir a consecução dos objetivos sociais e assegurar a gestão da cooperativa de modo sustentável em consonância com os interesses dos cooperados.”
Seus objetivos são:
- Ampliar a transparência da administração da sociedade cooperativa;
- Facilitar o desenvolvimento e a competitividade das cooperativas;
- Contribuir para a sustentabilidade e perenidade do modelo cooperativista;
- Aprimorar a participação do cooperado no processo decisório;
- Obter melhores resultados econômico-financeiros;
- Incentivar a inovação e proporcionar a melhoria da qualidade dos serviços ao quadro social;
- Aplicar a responsabilidade social como integração da cooperativa com a sociedade civil.
Ao implantar uma política de governança corporativa em cooperativas, é importante estudar estes materiais, conhecer seus conceitos, prescrições e objetivos, pois eles podem ser usados de fato como guias e manuais para a adoção e aprimoramento da governança corporativa.
Um exemplo é o próprio Sistema Unimed, que para a formulação do seu próprio Manual de Governança Corporativa fez um amplo estudo destes e de outros materiais. Além disso, a Unimed do Brasil também criou o Selo Unimed de Governança e Sustentabilidade com o objetivo de estimular as cooperativas do sistema a adotarem boas práticas de gestão e sustentabilidade.
Iniciativas como esta são importantes pois instituições voltadas para a promoção da saúde tem ganhos que vão além da melhoria da gestão, como o aumento da entrega de valor em saúde para os pacientes.
Governança em Saúde
A Governança em Saúde é uma estratégia que impacta diretamente a gestão e a entrega de valor. Em artigo publicado na Revista Científica Faculdade Unimed, os especialistas Renato Couto e Tânia Grillo avaliaram a ligação entre governança e valor em saúde.
De acordo com a sua pesquisa, o desperdício potencialmente modificável pela entrega de valor foi equivalente a 37,7% de todas as diárias hospitalares consumidas para tratar os pacientes da população estudada.
Ainda de acordo com os pesquisadores, este desperdício pode ser reduzido através de políticas de governança que permitem a diminuição da burocracia na relação entre hospital e operadora, tornar as autorizações mais ágeis, alocação de recursos extra-hospitalares para a continuidade de cuidados, melhora a comunicação entre família e paciente e diminui a ocorrência de problemas jurídicos e sociais.
“Uma política efetiva de governança clínica do sistema de saúde brasileiro baseada na entrega de valor para a sociedade e demais partes interessadas é boa para todos. O paciente pode ter seus danos físicos e psicológicos, além de seus custos, reduzidos. A sociedade pode garantir mais acesso ao sistema de saúde e aumentar a competitividade de sua economia. Os financiadores do sistema de saúde podem alcançar o triplo objetivo: melhor atendimento aos indivíduos; melhor saúde das populações; menor custo per capita, com preservação dos recursos preciosos para sua sustentabilidade. E, à medida que as organizações prestadoras de serviço de saúde mudam seu foco de volume para valor, a redução do desperdício cria a oportunidade de compartilhamento de recursos com médicos e rede hospitalar”.
No caso específico de empresas operadoras de planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou uma norma, a RN 443, estimulando a adoção desse tipo de prática em janeiro de 2019, o objetivo é garantir a sustentabilidade do setor, evitando a descontinuidade de operações de empresas de planos de saúde em função de falhas internas e problemas de gestão.
Como se capacitar em Governança?
Como vimos, é preciso conhecer bem os conceitos e boas práticas de gestão para trabalhar a governança corporativa em uma instituição. Diante deste cenário, a Faculdade Unimed desenvolveu o MBA em Governança, Riscos, Regulação e Compliance em Saúde.
O curso se propõe a desenvolver e estimular o pensamento crítico e a visão sistêmica em saúde, visando consolidar a conformidade com os preceitos legais, com as diretrizes oriundas de códigos de éticas dos conselhos profissionais, a obediência às políticas institucionais e as orientações internas de código de conduta, além de manter uma rede de integridade, que envolva todas as partes interessadas.
Para saber mais detalhes como a grade curricular, abertura de novas turmas e formas de financiamento, entre em contato com a nossa central de atendimento.
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