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Qual é o papel do médico infectologista e do enfermeiro na busca da melhoria da prática clínica?

Duas profissionais da saúde conversam em um hospital. Qual é o Papel do Médico Infectologista e do Enfermeiro na Busca da Melhoria da Prática Clínica.

Protagonismo na segurança do paciente: o papel crucial do médico infectologista e do enfermeiro na melhoria da prática clínica hospitalar e como garantir a evolução do controle de infecções

No contexto hospitalar, a cooperação entre médicos infectologistas e enfermeiros é essencial para assegurar a excelência do atendimento de saúde, especialmente na prevenção e controle de infecções. Em conjunto, esses profissionais desempenham funções complementares na execução de protocolos clínicos voltados tanto para a proteção do paciente quanto para a diminuição dos gastos operacionais.

Sabemos que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabelece normas para que os serviços de saúde realizem ações de prevenção e controle de infecções por meio das Resoluções da Diretoria Colegiada (RDCs) 42/2010, 36/2013 e 222/2018. No entanto, essas normas e recomendações somente são seguidas em sua totalidade com a atuação dos médicos e enfermeiros.

Outro apontamento importante são os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre os impactos das infecções associadas à atenção à saúde e da resistência antimicrobiana na vida dos pacientes. De acordo com a OMS, mais de 24% dos pacientes afetados por sepse associada à atenção à saúde e 52,3% dos pacientes tratados em uma unidade de terapia intensiva morrem a cada ano. As mortes aumentam de duas a três vezes quando as infecções são resistentes aos antimicrobianos.

Por conta de todos esses fatores citados, podemos concluir que esses profissionais são protagonistas na segurança do paciente e não apenas podem fazer a diferença na melhoria do tratamento dos pacientes, como também podem ajudar as instituições hospitalares a terem custos controlados e recursos otimizados. 

Infectologista: o protetor da saúde no hospital

O médico infectologista tem a função de avaliar, diagnosticar e tratar infecções, bem como estabelecer políticas de controle e prevenção de infecções em ambientes hospitalares. Ele tem um papel estratégico, pois direciona a equipe multidisciplinar sobre a utilização correta de antimicrobianos, auxiliando na diminuição da resistência bacteriana, também conhecida como “superbactéria”. Ademais, o infectologista também atua na avaliação de dados epidemiológicos, possibilitando a detecção antecipada de surtos e a implementação de ações corretivas que reduzem a disseminação de infecções.

No contexto de aprimoramento da prática clínica, o infectologista oferece diretrizes terapêuticas e participa de programas de monitoramento ativo da aderência a protocolos de higiene, como a lavagem das mãos e a utilização adequada de equipamentos de proteção individual (EPIs). 

Um exemplo concreto de seu impacto é a gestão das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), que, seguindo orientações nacionais e internacionais, elaboram protocolos capazes de diminuir consideravelmente infecções, como as associadas ao uso de cateteres ou ventilação mecânica.

Enfermeiro: o elemento fundamental na implementação e supervisão

Por outro lado, o enfermeiro está na vanguarda da implementação dessas medidas. A sua interação próxima com os pacientes e a participação ativa nos cuidados diários fazem dele um dos principais encarregados da implementação de práticas preventivas. O profissional de enfermagem especializado em controle de infecções, também conhecido como enfermeiro infectologista, trabalha em estreita colaboração com o médico infectologista na criação e implementação de protocolos de higiene, esterilização de equipamentos e assistência personalizada para pacientes com risco de infecção.

Uma das principais características do trabalho do enfermeiro é a formação constante da equipe hospitalar. O enfermeiro garante que toda a equipe clínica – médicos, técnicos e auxiliares – esteja alinhada e adote as melhores práticas para prevenir a disseminação de infecções. Isso abrange desde a supervisão do cumprimento dos protocolos até a recolha e avaliação de informações acerca de infecções em hospitais.

Em diversas entidades, o profissional de enfermagem também conduz auditorias internas, avaliando a conformidade com as normas de segurança e contribuindo para a implementação de inovações tecnológicas que aprimorem o atendimento ao paciente. Um exemplo é a implementação de novas soluções, como tecnologias de monitoramento à distância e sistemas de alerta de sepse para assegurar respostas mais ágeis a infecções em unidades de terapia intensiva.

Observe que na organização do Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções da OMS é recomendada a nomeação de uma equipe técnica, incluindo médicos e enfermeiros, cada qual com seus papéis e responsabilidades bem definidos. 

Fonte: Novas recomendações de PCI da OMS – Importância das ações dos profissionais de PCI no combate às infecções resistentes antimicrobianas. 

Efeitos econômicos e na proteção do paciente

A colaboração entre infectologistas e enfermeiros afeta diretamente a segurança do paciente e os gastos hospitalares. Segundo a Anvisa, ações simples, como seguir os protocolos de higiene, têm o potencial de diminuir em até 70% a ocorrência de infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS) ligadas a cateter venoso central. Essas infecções elevam a taxa de mortalidade e prolongam o período de hospitalização, aumentando os gastos hospitalares.

Fonte: Novas recomendações de PCI da OMS – Importância das ações dos profissionais de PCI no combate às infecções resistentes antimicrobianas.

Apostar na capacitação de equipes e no aprimoramento constante das práticas de controle de infecções pode resultar em economias significativas para os hospitais. Por exemplo, instituições que implementam protocolos rigorosos de prevenção de infecções podem vir a economizar de 2 a 4 vezes o montante investido em ações preventivas.

De acordo com estudos do U.S Center for Disease Control and Prevention, é esperado que pelo menos um em cada 31 pacientes hospitalizados venham a ter ao menos uma infecção associada à assistência à saúde.

Fonte: Storr J. Kilpatric C, Allengazi B, Syed SB (2016) apud Novas recomendações de PCI da OMS – Importância das ações dos profissionais de PCI no combate às infecções resistentes antimicrobianas. 

Como garantir a evolução do controle de infecções

A parceria entre infectologistas e enfermeiros é fundamental para o progresso contínuo da prática clínica em instituições hospitalares. Esses profissionais, ao se unirem, garantem o bem-estar dos pacientes e a sustentabilidade financeira dos hospitais, prevenindo infecções, reduzindo complicações e, consequentemente, os custos hospitalares.

O progresso no controle de infecções está atrelado à valorização dessa cooperação, com investimentos contínuos em capacitação e tecnologia para aprimorar a qualidade dos serviços prestados.

Esta colaboração garante que as organizações de saúde mantenham altos níveis de segurança, ao mesmo tempo que enfrentam os desafios econômicos e operacionais habituais de um ambiente hospitalar em constante mudança.

Fonte: Novas recomendações de PCI da OMS – Importância das ações dos profissionais de PCI no combate às infecções resistentes antimicrobianas. 

A RDC 7/2010 fornece uma série de informações sobre a formação e a especialização requeridas para os responsáveis técnicos e coordenadores de equipes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), defendendo inclusive a formação contínua dos profissionais da saúde.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também ressaltam o efeito das comissões de controle de infecções em hospitais, incluindo orientações para a prevenção de infecções ligadas a dispositivos invasivos. O CDC oferece diversos protocolos com o objetivo de diminuir consideravelmente essas infecções. Mais detalhes podem ser encontrados em: CDC – Infecções relacionadas à assistência à saúde.

Educação continuada e inovação: duas grandes aliadas

Fonte: Novas recomendações de PCI da OMS – Importância das ações dos profissionais de PCI no combate às infecções resistentes antimicrobianas. 

Uma das primeiras recomendações da OMS para a implementação das melhores práticas de prevenção e controle de infecções é a atenção aos padrões, inovação e adaptação. Dentro desse contexto, está incluso o fornecimento de orientações e ferramentas estratégicas que ajudem o profissional de saúde a promover uma mudança de comportamento e, em segundo momento, uma cultura organizacional cuja segurança do paciente se torne prioridade. 

Somente por meio da educação continuada e do conhecimento sobre as inovações e tecnologias já disponíveis, os profissionais de saúde terão a oportunidade de vivenciar uma aplicação mais sólida dos protocolos de prevenção, o que irá resultar em impactos positivos na segurança do paciente e na redução dos custos hospitalares.

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