Atenção Primária à Saúde (APS): o que é e como seguir carreira nesta área

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Publicada 08/04/2022

Atualizado em 16/06/2023

A Atenção Primária à Saúde (APS), também conhecida como cuidados primários de saúde, é o primeiro nível de atenção ao paciente, ou seja, o primeiro contato entre o sistema de saúde e os indivíduos.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a APS é “desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade”, pois seu principal objetivo é promover o acesso equitativo, abrangente, contínuo e coordenado à saúde, em prol da qualidade de vida da população.

Na prática, a APS consiste em ações de promoção à saúde, prevenção de doenças, diagnóstico precoce e manejo de condições comuns, sendo responsável pela organização do fluxo de serviços nas redes de saúde pública e privada. Veja alguns exemplos de ações de APS:

  • Cuidados preventivos: vacinação, consultas médicas e exames laboratoriais de rotina, campanhas educativas e aconselhamento;
  • Atendimento a condições agudas e crônicas: diagnóstico e tratamento de infecções e lesões leves, diabetes, hipertensão, asma, doenças cardiovasculares, entre outras;
  • Saúde da mulher: realização de exames ginecológicos preventivos, contracepção, acompanhamento pré-natal, apoio ao parto e cuidados pós-parto;
  • Saúde infantil: consultas de acompanhamento do desenvolvimento, vacinação infantil, manejo de doenças infantis comuns, apoio e orientação aos pais e responsáveis;
  • Aconselhamento e suporte psicossocial: diagnóstico e tratamento de problemas de saúde mental e dependência química;
  • Coordenação de cuidados: encaminhamento a especialistas, realização de exames complementares e realização de tratamentos contínuos.

Por meio dessas iniciativas, a Atenção Primária à Saúde também contribui para a eficiência do sistema de saúde, já que proporciona uma melhor coordenação do cuidado, reduzindo a sobrecarga dos serviços especializados e hospitalares e otimizando a gestão de recursos.

Atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde

Além da acessibilidade e do enfoque na prevenção, na satisfação do paciente e no uso eficiente de recursos, a Atenção Primária à Saúde também é regida por outros três atributos essenciais: a integralidade, a longitudinalidade e a coordenação do cuidado. Conheça-os melhor a seguir.

  • Integralidade: A APS deve abordar as necessidades de saúde dos indivíduos de forma abrangente, levando em consideração não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos psicológicos, sociais e preventivos.
  • Longitudinalidade: A relação entre os pacientes, os profissionais de APS e os centros de saúde deve ser contínua ao longo do tempo, permitindo um acompanhamento regular e uma melhor compreensão do contexto e das necessidades individuais.
  • Coordenação: Os serviços de APS devem coordenar o cuidado do paciente, ou seja, conduzir e acompanhar sua jornada de atendimentos na rede de saúde, garantindo uma abordagem integrada e evitando a fragmentação dos serviços.

Carreira em APS: quem pode trabalhar na área?

A Atenção Primária à Saúde é uma área que envolve diversos profissionais da saúde, os quais podem, inclusive, trabalhar em equipes multidisciplinares para fornecer cuidados mais abrangentes e integrados aos pacientes. Listamos abaixo alguns deles e as suas principais formas de contribuição.

Médicos

Normalmente, clínicos gerais e médicos da família e comunidade são os mais comuns na APS, pois possuem conhecimentos de várias áreas médicas, podendo prestar atendimentos de forma generalista. No entanto, especialistas como geriatras, pediatras, ginecologistas, obstetras e psiquiatras também são envolvidos quando há necessidade de abordagens específicas.

Ademais, especialistas em Medicina Preventiva e Social e em Medicina Comunitária têm um papel muito importante na Atenção Primária à Saúde, pois atuam com foco na prevenção por meio do planejamento e gestão de programas e políticas de saúde pública, intervenções preventivas e iniciativas de promoção comunitária.

Enfermeiros

Os enfermeiros são peças-chave na APS, desempenhando uma variedade de funções essenciais na recepção e cuidado diário ao paciente. Eles são responsáveis pelos cuidados preventivos e por gerenciar condições crônicas, administrar vacinas, realizar triagens e encaminhamentos e fornecer informações educativas sobre saúde, prevenção e autocuidado.

Gestores

Os gestores de serviços de saúde são muito relevantes na APS, ficando encarregados de garantir a organização, acessibilidade, qualidade e a melhoria contínua dos serviços prestados por meio da avaliação de desempenho, identificação de gargalos e implementação de estratégias para aprimorar a qualidade e a eficiência dos cuidados oferecidos.

Como a Atenção Primária à Saúde é pautada pela abordagem abrangente e holística, as equipes também podem incluir vários outros profissionais de saúde, como psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, dentistas e farmacêuticos.

Mercado de trabalho na área da Atenção Primária à Saúde

O mercado de trabalho na área de APS apresenta boas perspectivas, uma vez que o fortalecimento desse nível de atendimento é uma tendência global, acompanhando a crescente demanda por cuidados preventivos.

No Brasil, particularmente, a área é ainda mais valorizada, pois a APS é uma das prioridades do Sistema Único de Saúde (SUS), maior sistema público de saúde do mundo, que atende a cerca de 190 milhões de pessoas, de acordo com o Conselho Nacional de Saúde.

Além dos hospitais, dos postos e academias de saúde e das Unidades de Saúde da Família, Pronto Atendimento, Saúde Fluvial e Odontologia Móvel espalhados por todo território nacional, o SUS promove diversas políticas e programas de saúde que necessitam de vários profissionais atuando para o seu pleno funcionamento.

O sistema também enfrenta desafios relacionados à distribuição desigual de profissionais de saúde entre as regiões e a falta de médicos em áreas mais remotas, levando a iniciativas como o programa Médicos Pelo Brasil, que visa a contratação de ainda mais especialistas.

Ou seja, no país, há muitas oportunidades para profissionais especializados em APS, sobretudo no sistema público de saúde, embora também exista demanda em iniciativas privadas, principalmente em grandes centros urbanos.

Por que e como se especializar em Atenção Primária à Saúde?

A especialização é um grande diferencial para os profissionais que desejam trabalhar com Atenção Primária à Saúde. Ela ajuda a desenvolver as competências necessárias para a prestação de cuidados abrangentes e contínuos, que levem em conta o perfil e o contexto familiar, social e comunitário dos pacientes. Entre elas:

  • Abordagem centrada na pessoa;
  • Construção de relações de confiança com os pacientes;
  • Preparação para o trabalho em equipes multidisciplinares;
  • Base sólida de conhecimentos clínicos;
  • Habilidades de comunicação, gestão de casos, solução de problemas e tomada de decisões;
  • Conhecimento dos determinantes sociais da saúde, das políticas de saúde e do contexto em que a APS é desenvolvida.

Neste contexto, a especialização em Medicina de Família e Comunidade é particularmente relevante para os médicos que desejam atuar na APS, bem como a capacitação em áreas como saúde pública, medicina preventiva, gestão em saúde e epidemiologia.

Atualmente, também existem programas de pós-graduação especificamente voltados para a APS, como no caso da Especialização em Atenção Primária à Saúde da Faculdade Unimed. Desenvolvido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), o curso é aberto a médicos, enfermeiros e gestores e prepara para a atuação tanto na prestação, quanto na gestão de serviços de saúde. Conheça aqui.




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