Entenda a importância de uma equipe multidisciplinar na saúde

Publicada 06/03/2020

Há alguns anos, o foco principal dos esforços em saúde era controlar e curar as doenças. Com o envelhecimento da população e a emergência de doenças crônicas e incuráveis, no entanto, esse conceito tem sido gradativamente revisto. Hoje, tem-se valorizado muito o conceito de atendimento centrado no paciente, considerando suas particularidades e necessidades individuais. Nesse contexto, é fundamental compreender a importância da equipe multidisciplinar na saúde.

Neste artigo, falaremos sobre como ele se diferencia de seus semelhantes — no atendimento interdisciplinar e no transdisciplinar. Além disso, você saberá a importância do envolvimento de outras especialidades no cuidado ao paciente e como favorecer esse cenário. Continue lendo o post para saber mais.

 

Afinal, o que é uma equipe multidisciplinar de saúde?

 

A multidisciplinaridade, como o próprio nome sugere, é caracterizada pela atenção de múltiplas áreas do conhecimento ao paciente. Hospitais abertos 24 horas trabalham muito com esse conceito. No pós-operatório de uma laparotomia (procedimento realizado por via abdominal), por exemplo, é comum a necessidade de interconsulta com fisioterapeutas para diminuir a incidência de atelectasias (colapso de uma parte dos pulmões). Outros profissionais, como nutricionistas, enfermeiros e fonoaudiólogos, são frequentemente solicitados para adicionar seus conhecimentos ao caso.
 

Como é a rotina de uma equipe multidisciplinar de saúde?

 

Se você está acostumado com o trabalho em clínicas ou consultórios particulares, pode estar se perguntando como funciona uma equipe multidisciplinar na saúde. Em um primeiro momento, pode parecer difícil sincronizar as tarefas de cada especialidade. No entanto, com o conhecimento de gestão de pessoas e prática, é possível atingir esse objetivo com excelência.

Os melhores exemplos de funcionamento da multidisciplinaridade ocorrem no tratamento das doenças crônicas. Pegue como exemplo o tratamento do câncer: em casos terminais, entram em campo outros profissionais que auxiliam nos cuidados paliativos. Médicos especializados nessa área entram em campo para reduzir a dor e efeitos colaterais da medicação antineoplásica. Nutricionistas são solicitados para estabelecer uma dieta individualizada ao paciente, evitando náuseas e vômitos. Enfermeiros podem ser solicitados, inclusive em domicílio, para administração de medicação endovenosa e cuidados diários.

Para que esses trabalhos funcionem, é necessário que a equipe esteja bem treinada. Por isso, hospitais e clínicas têm investido em equipes multidisciplinares permanentes com profissionais fixos. Isso facilita a comunicação entre eles e a sincronia do trabalho, que é fundamental nesses casos.

 

Como uma equipe multidisciplinar de saúde é montada?

 

Felizmente, existem vários passos já estudados para estruturar uma equipe multidisciplinar na saúde. Embora um aprofundamento teórico no assunto seja importante para o administrador se adequar à própria realidade, alguns passos se encaixam à maioria das situações.

O primeiro deles é a análise do perfil de pacientes do serviço em que se quer montar a equipe. São pacientes que necessitam de cuidado domiciliar? Qual a demanda de cada tipo de especialidade? Quais as queixas mais frequentes em relação ao cuidado anterior? Com base nas respostas para essas perguntas, o gestor compreende a tarefa que ele deve cumprir.

O segundo passo é estabelecer uma estratégia a longo prazo para o funcionamento da equipe. É necessário levar em consideração em qual rede de atenção ela atuará, qual o espaço físico coberto e o fluxo de pacientes. Possibilidade de encaminhamento e internação, por exemplo, são divisores de águas num funcionamento adequado da equipe.

O último passo — mas não menos importante — é a seleção de profissionais. Essa é uma tarefa simples, mas requer conhecimento e prática. Análise curricular, capacidade de entrevista e conhecimento do perfil ideal para o cargo são algumas das competências necessárias.

 

Quais as vantagens de ter uma equipe multidisciplinar na saúde?


Uma equipe multidisciplinar acostumada com o ritmo de trabalho traz vários benefícios à assistência e à operadora do plano. O paciente se beneficia de um atendimento completo e individualizado. 

Além disso, uma equipe de vários profissionais sincronizados diminui o atraso em interconsultas. Em um hospital terciário, por exemplo, pode ser necessário solicitar o atendimento e aguardar o fluxo conforme o ritmo da equipe interconsultora. Com uma equipe multidisciplinar, a solicitação ocorre diretamente ao profissional, e a atenção ocorre muito mais rapidamente. Em contextos críticos, cada dia pode ser precioso.

Por fim, uma equipe multidisciplinar já estruturada pode auxiliar na redução de custos de hospitais e da operadora. Toda a burocracia necessária para a comunicação entre diferentes especialidades seria fragmentada. Além disso, ter uma equipe multidisciplinar diminui o retrabalho necessário na assistência e, portanto, o gasto excessivo de recursos.

 

Como potencializar o trabalho de uma equipe multidisciplinar na saúde?

 

Após a leitura de todos os tópicos anteriores, você certamente está ciente da importância de uma equipe multidisciplinar. Colocá-la em prática pode parecer uma tarefa simples, não é mesmo? Afinal, basta recrutar profissionais de diferentes áreas e estruturar o serviço para um atendimento individualizado.

Errado. Embora esse seja um cenário promissor, a equipe multidisciplinar requer um ajuste fino de todos os seus componentes. Por isso, conhecimento teórico na área e experiência prática são fundamentais para otimizar ao máximo os seus recursos. Habilidades como liderança, gestão de equipes e montagem do time farão toda a diferença para essa tarefa. Para isso, buscar uma especialização na área pode ser a melhor solução.

A equipe multidisciplinar na saúde vem ganhando cada vez mais importância devido à sua eficiência e às melhorias na atenção ao paciente, principalmente, na área de cuidados paliativos. Conheça o curso de pós-graduação em Cuidados Paliativos da Faculdade Unimed, que alia teoria e prática para complementar a formação original, dando suporte para que o profissional de saúde disponha das ferramentas necessárias para lidar com as condições de uma doença terminal ou evolutiva.




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